A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrenta atualmente uma das maiores crises de credibilidade dos últimos anos. O início de 2025 tem sido marcado por uma sucessão de escândalos na CBF que expõem não apenas gastos milionários questionáveis, mas também revelam possíveis abusos de poder, interferências externas e práticas administrativas controversas.
Em meio a pedidos de CPI e afastamento de jornalistas da ESPN por influência da CBF, a principal entidade do futebol brasileiro se vê no centro de um furacão de denúncias que ameaça sua estabilidade institucional e coloca em xeque a gestão de seu presidente, Ednaldo Rodrigues.
Para te atualizar sobre todos os escândalos na CBF em 2025, criamos esse dossiê, com um resumão completo de tudo o que está acontecendo com a maior entidade do futebol nacional.
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#1 Escândalo na CBF: a reportagem que abalou a CBF
A sucessão de escândalos na CBF começou no início de abril de 2025, quando a revista Piauí publicou uma extensa reportagem intitulada “As extravagâncias sem fim da CBF”, assinada pelo jornalista Allan de Abreu, que trouxe a público um raio-X da gestão de Ednaldo Rodrigues na CBF.
O material, fruto de três meses de apuração e entrevistas com 22 funcionários e ex-funcionários da entidade, revelou um quadro alarmante que envolve:
- gestão financeira questionável;
- possíveis conflitos de interesse;
- práticas de vigilância interna.
A reportagem revelou, por exemplo, que durante a Copa do Mundo do Catar, em 2022, a CBF financiou as despesas de um grupo de 49 brasileiros que não tinham relação direta com a confederação ou com as federações estaduais.
Estas pessoas desfrutaram de mordomias durante as três semanas em que o Brasil esteve na competição, incluindo:
- hospedagem em hotéis cinco estrelas;
- ingressos para as partidas;
- atendimento VIP no aeroporto;
- voos em primeira classe;
- cartões corporativos com limite diário de 500 dólares (aproximadamente 2,5 mil reais).
Segundo fontes da reportagem, todos esses gastos foram documentados por meio de vazamentos internos da CBF, incluindo listas de hóspedes, documentos de pagamento de viagens aéreas e planilhas detalhando o uso de cartões corporativos.
> No total, estima-se que a entidade tenha gastado cerca de 3 milhões de reais com este grupo durante o Mundial.
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#2 Gastos milionários com advogados e acordos
Um dos pontos mais controversos do escândalo na CBF é o gasto excessivo com processos judiciais.
De acordo com a revista Piauí, a CBF desembolsou mais de R$24 milhões com advogados e acordos nos últimos anos para resolver disputas judiciais!
Um caso emblemático ocorreu em 2021, quando as contas da entidade foram bloqueadas em R$52 milhões em decorrência de uma ação movida pelo Icasa, clube cearense que cobrava indenização por não ter subido à Série A em 2013, alegando erro da confederação.
Para resolver a situação, a CBF contratou o advogado Gabriel Soares Amorim de Sousa por R$5,7 milhões, pagos à vista e sem a “cláusula de sucesso”, que normalmente vincula o pagamento integral ao êxito da causa.
Um dia após o advogado anexar o processo de 3,3 mil páginas, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, concedeu liminar suspendendo a execução da dívida.
O tempo médio para julgamento de pedidos de liminar na corte naquele ano era de 55 dias, segundo o Conselho Nacional de Justiça, o que levantou questionamentos sobre a celeridade do processo.
> Outro caso de destaque foi o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF em dezembro de 2023, sob alegação de irregularidades na eleição. A entidade recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pagou R$6,5 milhões ao escritório de Pedro Trengrouse, seu assessor jurídico. A revista Piauí apontou que uma das duas notas fiscais assinadas pelo advogado data de quando ele já não atuava mais pela confederação em nenhum caso.
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#3 Escândalo na CBF no caso da demissão dos jornalistas da ESPN
Um dos mais recentes escândalos na CBF foi o afastamento de seis jornalistas da ESPN após criticarem a entidade.
Em 9 de abril de 2025, a emissora suspendeu Dimas Coppede, Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares. A decisão ocorreu após a realização do programa “Linha de Passe” do dia anterior, que discutiu justamente as denúncias publicadas pela revista Piauí sobre a gestão de Ednaldo Rodrigues.
Durante o programa, os jornalistas adotaram tom crítico em relação à entidade, comentando sobre os gastos excessivos e as práticas questionáveis da gestão atual.
De acordo com o UOL, após a exibição do programa, a cúpula da emissora foi procurada pela direção da confederação para discutir o conteúdo.
A diretoria da ESPN teria se irritado por não ter sido comunicada previamente sobre o teor do programa que iria ao ar.
Os jornalistas ficaram afastados por dois dias e retornaram em 11 de abril. O próprio Gian Oddi confirmou o retorno em um vídeo postado em sua rede social: “Eu volto ao Linha de Passe na quinta-feira, não só eu, como também os meus colegas e, sinceramente, se eu volto ao Linha de Passe, é porque eu tenho a consciência de que a gente vai poder continuar falando as coisas da maneira como a gente sempre falou, com a liberdade que eu sempre tive desde que eu entrei na ESPN há mais de 15 anos”.
O episódio ganhou ainda mais repercussão devido à existência de uma parceria comercial entre a ESPN e a CBF para a transmissão do Campeonato Brasileiro da Série B.
> A CBF negou qualquer interferência na decisão da emissora. Em nota oficial, a entidade afirmou: “Não procede. A CBF respeita a liberdade de imprensa com responsabilidade e não pede interferências de nenhum tipo na linha editorial de veículos de comunicação. Qualquer narrativa diferente desta é mentirosa e leviana”.
#4 Câmeras escondidas e espionagem na sede da CBF
Os escândalos na CBF não param por aí, afinal, o mais recente está relacionado às câmeras escondidas na sede da confederação, que levaram a denúncias de espionagem contra funcionários na sede da CBF.
Segundo reportagem do portal “Leo Dias”, divulgada pelo site O Tempo, a entidade, a mando do presidente Ednaldo Rodrigues, instalou câmeras de segurança em diversos pontos de sua sede, localizada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Nas imagens divulgadas pelo portal, é possível ver que as câmeras ficavam escondidas em aparelhos falsos do sistema de incêndio da entidade. Todas as imagens e áudios coletados eram enviados a um computador que ficava na sala do presidente Ednaldo Rodrigues.
A reportagem revelou ainda que, em áudio, Haroldo Aguiar, funcionário do setor de tecnologia da informação da CBF, passou orientação para se infiltrar em grupo de funcionários da entidade durante a Copa do Mundo no Catar, em 2022.
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#5 O pedido de CPI para investigar a CBF
Os escândalos na CBF e as denúncias contra a entidade ganharam tamanha proporção que chegaram ao Congresso Nacional. Em 14 de abril de 2025, o deputado Coronel Meira (PL-PE) protocolou na Câmara dos Deputados um requerimento para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na confederação.
A proposta visa investigar denúncias sobre o mau uso dos recursos da entidade e a “estruturação de redes de influência política” em benefício do presidente Ednaldo Rodrigues.
Na justificativa do requerimento, o parlamentar destaca que, apesar de ser uma organização de direito privado, a entidade “administra atividade de relevante interesse público, com sérios impactos econômicos e sociais”.
> Esta não seria a primeira vez que a CBF é alvo de uma CPI. Em 2001, a CPI da CBF-Nike investigou suspeitas de corrupção e favorecimentos envolvendo contratos de patrocínio.
#6 O estranho pedido aos clubes da Série B
Em meio às denúncias, outro escândalo na CBF chamou a atenção. No dia 11 de abril de 2025, a confederação enviou um ofício aos dirigentes de todos os times da Série B solicitando os contratos fechados para esta temporada com as emissoras de TV.
Segundo a revista Veja, embora a CBF tenha poder para tal solicitação, isso nunca foi feito antes.
Entre os times, o pedido foi interpretado como uma possível retaliação à ESPN (que tem os direitos de transmissão do torneio) pelo programa que repercutiu a reportagem da revista Piauí, como explicamos acima.
No ofício, a CBF solicita aos participantes do Campeonato Brasileiro Série B 2025 “remeter à entidade cópias dos respectivos instrumentos contratuais antes do início de cada certame, garantidos o sigilo e confidencialidade das informações, propiciando que a CBF participe dos contratos ainda não celebrados, na condição de interveniente anuente”.
O documento é assinado pelo diretor jurídico André Mattos, mas não explica o motivo da solicitação.
> A coincidência temporal entre este pedido e o afastamento dos jornalistas da ESPN, que transmite jogos da Série B, levantou suspeitas sobre as reais intenções da confederação.
A série de escândalos na CBF expõe não apenas problemas administrativos pontuais, mas aponta para questões estruturais que podem explicar a decadência do futebol brasileiro nos últimos anos.
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