O escândalo conhecido como Caso VaideBet Corinthians envolve suspeitas de irregularidades em um contrato de patrocínio milionário com a casa de apostas VaideBet com um dos maiores times de futebol do Brasil, incluindo o uso de laranjas, intermédio de empresas suspeitas de serem de fachada e de lavagem de dinheiro.
As investigações, conduzidas pela Polícia Civil de São Paulo com apoio do Ministério Público, apontam para possíveis crimes de associação criminosa, com depoimentos contraditórios entre os principais envolvidos.
Mas não para por aí! Afinal, o Caso VaideBet Corinthians resultou na rescisão do maior contrato de patrocínio da história do clube, em pedidos de impeachment do presidente Augusto Melo e em uma enorme crise institucional.
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Caso VaideBet Corinthians: relembre o que aconteceu
O Caso VaideBet Corinthians teve início em janeiro de 2024, quando o Timão anunciou o fechamento do maior contrato de patrocínio máster do futebol brasileiro até então.
O acordo, firmado com a casa de apostas VaideBet, previa um repasse de mais de R$370 milhões ao clube até o final de 2026, em parcelas mensais que garantiriam uma estabilidade financeira inédita ao clube do Parque São Jorge.
Como não poderia ser diferente, o anúncio foi celebrado tanto pela diretoria quanto pela torcida, no entanto, poucos meses após a assinatura do contrato, começaram a surgir indícios de irregularidades no processo de intermediação do acordo.
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Como funcionou o acordo entre VaideBet e Corinthians?
Segundo fontes do clube, a empresa Rede Social Media Design Ltda foi a intermediadora do negócio entre a casa de apostas VaideBet e o Corinthians. Até ai, ok.
Entretanto, segundo apontou uma reportagem do jornalista Juca Kfouri, parte dos valores pagos à intermediadora, foi repassada para uma outra empresa, a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, apontada como empresa de fachada, cujos sócios afirmaram desconhecer qualquer relação com o Corinthians ou com o contrato de patrocínio.
A situação ganhou contornos ainda mais graves quando a imprensa revelou, em maio de 2024, a existência de repasses suspeitos à essa empresa, o que levou a VaideBet a notificar extrajudicialmente o clube e, posteriormente, a rescindir o contrato em junho de 2024, apenas cinco meses após sua assinatura.
A rescisão foi motivada pela suspeita de uso de “laranjas” no acordo, o que, sendo a casa de apostas, violaria cláusulas anticorrupção presentes no contrato e exporia o clube a riscos reputacionais e jurídicos.
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Os principais envolvidos: dirigentes, intermediários e empresas
Para compreender a complexidade do Caso VaideBet Corinthians, é fundamental identificar os principais personagens e entidades envolvidos no escândalo. No epicentro das investigações estão dirigentes do Corinthians, empresários, intermediários e empresas suspeitas de participação em um esquema de desvio de recursos.
Augusto Melo: o presidente do Timão
Augusto Melo, presidente do Corinthians desde o início de 2024, tornou-se o principal alvo das investigações e das críticas internas e externas ao clube.
Melo foi o responsável direto pela negociação do contrato com a VaideBet, tendo participado de reuniões com os representantes da casa de apostas e autorizado a inclusão da intermediária Rede Social Media Design no acordo.
Sua participação ativa no processo, confirmada por depoimentos de outros dirigentes, colocou-o na condição de investigado pela Polícia Civil e motivou pedidos de impeachment por parte de conselheiros do clube que seguem calorosos.
Inclusive, mais de uma vez a reunião para a votação do impeachment foi agendada, mas embargada por uma série de liminares, fazendo com que o presidente siga no caso, mas sob muita pressão.
Marcelo Mariano e Sérgio Moura: ex-diretores
Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo do Corinthians, e Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, também são investigados por seu envolvimento direto na negociação e execução do contrato.
Segundo a investigação, ambos participaram das reuniões iniciais com a VaideBet e foram responsáveis por operacionalizar os pagamentos às empresas intermediárias.
Contudo, seus depoimentos à Polícia Civil apresentaram versões divergentes em relação aos fatos, especialmente no que diz respeito à apresentação de Alex Cassundé como intermediário do negócio.
Alex Cassundé: o intermediário
Alex Cassundé, proprietário da Rede Social Media Design Ltda, é apontado como o intermediário responsável por viabilizar o contrato entre Corinthians e VaideBet. No entanto, sua participação é cercada de controvérsias: o próprio dono da VaideBet, José André da Rocha Neto, afirmou em depoimento não conhecer Cassundé e disse que o acordo foi fechado diretamente com dirigentes do clube, sem a necessidade de intermediários.
Cassundé, por sua vez, alegou ter conhecido a VaideBet por meio do ChatGPT e não ter cobrado pela intermediação, afirmando que o valor de R$25 milhões foi oferecido pelo clube.
Segundo a Polícia, Cassundé afirmou ter conhecido a VaideBet por intermédio de uma pergunta feita ao Chat GPT, ao fazer a pergunta: “dicas de como encontrar uma empresa de bet”.
Empresas de fachada e “laranjas”
A grande questão do caso VaideBet Corinthians é o fato de a empresa Rede Social Media Design Ltda ter recebido do Corinthians valores referentes à comissão de intermediação, e repassar parte desses recursos à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa registrada em nome de Edna Oliveira dos Santos, que afirmou desconhecer qualquer relação com o clube ou com o contrato.
A suspeita de que a Neoway seria uma empresa de fachada utilizada para lavar dinheiro e ocultar o destino final dos recursos é um dos pontos centrais da investigação.
O processo de investigação do Caso VaideBet Corinthians
A investigação do Caso VaideBet Corinthians passou da fase de coleta de depoimentos em 14 e 16 de abril de 2025, incluindo depoimentos dos envolvidos: Marcelo Mariano, Sérgio Moura e Augusto Melo, todos na condição de investigados.
Os depoimentos foram marcados por contradições, especialmente no que diz respeito à apresentação e ao papel de Alex Cassundé como intermediário.
Enquanto o dono da VaideBet, José André da Rocha Neto, reafirmou que fechou o acordo diretamente com dirigentes do Corinthians.
Essa divergência é considerada crucial pelas autoridades, pois pode indicar a existência de um esquema para desviar recursos do clube sob o pretexto de uma intermediação fictícia.
Além dos depoimentos, a investigação da Polícia Civil se debruça sobre a análise de documentos, contratos, notas fiscais e extratos bancários para mapear o fluxo financeiro dos valores pagos pela VaideBet ao Corinthians e, posteriormente, pelo clube às empresas intermediárias.
A principal linha de investigação aponta para o desvio de parte da comissão de intermediação para empresas de fachada, com posterior lavagem de dinheiro e possível envolvimento de organizações criminosas.
O inquérito tramita sob sigilo, o que limita o acesso público a detalhes mais específicos das investigações. No entanto, as autoridades já sinalizaram que a conclusão do inquérito deve ocorrer entre o final de abril e a primeira semana de maio de 2025, quando será decidido se haverá indiciamento dos envolvidos e encaminhamento do caso ao Ministério Público.
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