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O Mundial de Clubes de 2025 da FIFA enfrentou uma onda de críticas, especialmente vindas do futebol europeu. O novo formato expandido, que conta com 32 equipes ao invés das tradicionais sete, tornou-se o epicentro de uma batalha entre a FIFA e os principais atores do futebol mundial – desde jogadores e técnicos até dirigentes e sindicatos.

Mas, afinal, quais são as críticas vindas da Europa e quais as justificativas para elas? Continue lendo e entenda as polêmicas.

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A revolta dos europeus com o Mundial de Clubes

Para explicar mais detalhadamente as críticas ao Mundial de Clubes, vamos dividir os temas e os momentos mais polêmicos sobre o torneio. Acompanhe!

Florentino Pérez e a crise de lesões do Real Madrid

O presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, emergiu como um dos maiores críticos do novo torneio, usando a própria crise de lesões do clube como munição contra a FIFA. Em assembleia de sócios, Pérez apresentou dados alarmantes: “A UEFA e a FIFA adicionaram 14 partidas próprias, o equivalente a dois meses e meio de competição. No total, tivemos 14 partidas e 22 lesões. Já tivemos nove lesões no ligamento cruzado”.

A fala de Pérez ganhou ainda mais relevância quando, no dia seguinte às suas declarações, Vinícius Jr. sofreu uma lesão no bíceps femoral, juntando-se a uma lista que incluía Carvajal, Militão, Alaba, Rodrygo, Tchouaméni e Vázquez. 

O dirigente madrilenho foi categórico: “A FIFA criou um Mundial de Clubes que priva os jogadores do descanso habitual. A UEFA organizou 488 partidas oficiais há 10 anos e agora passou para 769, só para ganhar mais dinheiro“.

Jürgen Klopp: “A Pior Ideia da História”

O ex-técnico do Liverpool, Jürgen Klopp, agora diretor esportivo global da Red Bull, não poupou palavras ao classificar o Mundial de Clubes como “a pior ideia já implementada no futebol”. 

Em entrevista ao jornal alemão “Welt”, Klopp expressou seu “medo enorme” pelos efeitos da sobrecarga: “Talvez nem todos tenham percebido ainda o verdadeiro problema. Mas na próxima temporada veremos jogadores com lesões que nunca tiveram antes”.

Klopp usou o exemplo concreto de Virgil van Dijk para ilustrar sua preocupação: “Ele joga futebol há 10 anos ao mais alto nível e nunca teve uma pausa de quatro meses como os jogadores da NBA. É inaceitável”

O alemão também alertou para o risco ao próprio produto futebolístico: “Exigimos que eles entrem em campo como se fosse a última partida, mais de 70 vezes por ano. Isso não pode continuar assim”.

Ronald Koeman: “Destrói os Jogadores”

O técnico da seleção holandesa, Ronald Koeman, foi direto em sua avaliação: “É absurdo que o Mundial de Clubes seja disputado. Destrói os jogadores”

Koeman expressou ceticismo sobre o valor emocional do torneio: “Não consigo imaginar um jogador que tenha conquistado muitos títulos comemorando a vitória no Mundial de Clubes da mesma forma que comemoraria ganhar uma liga, uma Champions, uma Eurocopa ou uma Copa do Mundo”.

A preocupação do treinador está relacionada ao desgaste dos jogadores holandeses como Dumfries e De Vrij, que estiveram com a Inter de Milão na final da Uefa Champions League, terão pouco tempo de descanso no fim da temporada europeia. 

Pep Guardiola: Entre o pragmatismo e a preocupação

O líder Manchester City e um dos melhores técnicos de futebol da história, Pep Guardiola tem demonstrado preocupação crescente com os efeitos práticos da competição. “Posso dizer, então ouçam, que somos um desastre. Estamos exaustos. A Copa do Mundo nos destruiu”, declarou, referindo-se ao impacto já visível no elenco citizen.

Guardiola compartilha das preocupações de Klopp: “Juergen, nós lutamos juntos muitas e muitas vezes… quando íamos às reuniões da UEFA, especialmente, ou quando discutíamos o calendário da Premier League, sobre como adicionar mais qualidade, dando mais descanso aos treinadores e jogadores“.

Entretanto, Guardiola também se diz orgulhoso de estar na Copa do Mundo de Clubes: “Muitas equipes reclamam porque não estão aqui. Se estivessem, com seus torcedores e imprensa, estariam felizes. É claro que não é a situação ideal. Gostaria de ter dois meses para me preparar? Sim. Estar descansado para a próxima temporada? Sim. Mas é o que temos. Fizemos por merecer estar aqui, então vamos dar o nosso melhor”, analisou. 

Kevin De Bruyne: “É o Dinheiro que Fala”

O meio-campista belga Kevin De Bruyne, do Manchester City, tornou-se uma das vozes mais articuladas na crítica ao novo formato. “O problema é que a UEFA e a FIFA fazem mais partidas e podemos tentar dizer alguma coisa, mas nenhuma solução foi encontrada. Eles não se importam. É o dinheiro que fala“, declarou o jogador de 33 anos.

De Bruyne apresentou dados concretos sobre o impacto no calendário: “Sabemos que haverá somente três semanas entre a final e a primeira rodada da Premier League. São três semanas para tirar férias e se preparar para jogar mais de 80 jogos”

O jogador chegou ao ponto de considerar não participar do torneio devido ao término de seu contrato: “Não faz sentido. Se me lesionar no Mundial de Clubes, o que farei? Ninguém cuidará de mim”.

Raphinha critica Mundial e defende europeus

Raphinha foi categórico ao denunciar a falta de consulta aos jogadores na criação do Mundial de Clubes. “Em nenhum momento perguntaram para os jogadores de datas, se queriam”, declarou o atacante, enfatizando que os atletas foram simplesmente informados: “vocês têm que ir e ponto”.

O jogador caracterizou a participação como uma imposição: “É muito ruim abrir mão das minhas férias para jogar algo que tu é obrigado, porque em nenhum momento perguntaram para os jogadores se queriam, e a gente acata ordens, a gente tem que estar lá jogando”.

Para ilustrar suas preocupações, Raphinha utilizou o caso específico dos brasileiros Marquinhos e Lucas Beraldo, do Paris Saint-Germain. “Eles jogaram a final da Champions, nem comemoraram direito, viajaram para jogar com a Seleção [Brasileira], acabou o segundo jogo e eles voltaram lá para se apresentar, para jogar o Mundial, eles ainda não pararam”.

Após a repercussão de suas declarações, Raphinha sentiu necessidade de esclarecer suas posições: “Não é querer férias”, reforçou, enfatizando que sua preocupação é genuinamente com a saúde e o bem-estar dos jogadores.

Ele explicou que “fisicamente é um ponto que é muito exigido durante os jogos, principalmente como está o futebol hoje em dia”4, destacando que “não estou nem pautando qualidades, mas acho que fisicamente é um ponto que é muito exigido durante os jogos”.

FIFPro: A Batalha Judicial

O sindicato internacional dos jogadores, FIFPro, não se limitou a críticas verbais e partiu para ação legal. 

Em junho de 2024, com apoio da Associação de Jogadores Profissionais da Inglaterra (PFA) e da União Nacional de Jogadores Profissionais da França (UNFP), o sindicato entrou com ação no Tribunal de Comércio de Bruxelas, solicitando que o caso fosse levado ao Tribunal de Justiça da União Europeia.

“Uma vez que todas as tentativas de diálogo falharam, agora cabe a nós garantir que os direitos fundamentais dos jogadores sejam plenamente respeitados“, declarou David Terrier, presidente da FIFPro Europa. 

A ação baseou-se na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, alegando violação de direitos como a proibição de trabalho forçado, condições saudáveis de trabalho e período anual de férias remuneradas.

O Argumento da Sobrecarga

O sindicato português também se manifestou sobre a questão. Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), alertou para o “crescimento galopante da sobrecarga competitiva”, comparando a situação a um “rolo compressor”: “Os jogadores chegaram ao limite, e hoje reconhecem que, com este ritmo, ao não conseguirem exibir-se ao máximo potencial das suas capacidades, poderão ver encurtada uma carreira ao mais alto nível”.

Todavia, as ações não impediram que o torneio acontecesse. 

Leia também: Brasileiros no Mundial de Clubes: chances de avançar e o longo caminho até a final!

A resposta da FIFA às críticas ao Mundial de Clubes

A FIFA tem respondido às críticas alegando que houve consultas com confederações continentais, ligas, clubes e jogadores.

No entanto, essas respostas têm sido consideradas insuficientes pelos críticos.

Já Gianni Infantino, presidente da FIFA, tem minimizado as preocupações com vendas de ingressos: “os estádios estarão cheios”, declarou em entrevista recente, apesar das evidências contrárias.

Outras polêmicas do Mundial de Clubes

As controvérsias na classificação

Uma das críticas mais contundentes ao torneio refere-se aos critérios de classificação, particularmente no caso do Inter Miami. O time de Lionel Messi, um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos,  garantiu vaga após conquistar o Supporter’s Shield, um título simbólico da MLS que não representa o campeonato principal da liga. 

O site “The Athletic”, braço esportivo do “New York Times”, classificou a situação como “ridícula”.

“A FIFA não está nem escondendo mais. Quando você está precisando desesperadamente de um grande acordo de direitos de transmissão e alguns grandes patrocinadores americanos nos próximos meses, o momento da sutileza já passou”, criticou o veículo, sugerindo que a classificação do Inter Miami foi motivada puramente por interesses comerciais.

Exclusões Polêmicas

O novo formato também resultou na exclusão de alguns times do Mundial de Clubes, como Barcelona, Arsenal, Liverpool e Milan.

O jornal espanhol “As” chamou de “absurdo” que equipes do calibre do Barcelona, semifinalista da Champions League, ficassem fora do torneio que “supostamente deveria reunir os melhores times do planeta”.

Vendas de ingressos abaixo do esperado

As vendas de ingressos também ficaram aquém das expectativas, forçando a FIFA a reajustar valores de algumas partidas. 

Nenhum dos jogos até agora teve lotação esgotada, e a organização precisou recorrer a promoções para impulsionar as vendas, inclusive para a partida de abertura.

As críticas ao Mundial de Clubes de 2025 refletem uma tensão fundamental no futebol moderno entre interesses comerciais e bem-estar dos jogadores. A resistência europeia representa mais do que simples oposição a um novo torneio – é uma batalha pela alma do esporte.

A FIFA, por sua vez, encontra-se em uma posição defensiva, tentando justificar um torneio que parece ter sido concebido mais por ambições comerciais do que por necessidades esportivas. 

O fato de a entidade ter dificuldades para vender direitos de TV e atrair patrocinadores na magnitude esperada sugere que o mercado também tem reservas sobre o produto.

O Mundial de Clubes de 2025 pode representar um ponto de inflexão no futebol mundial, testando os limites da expansão comercial do esporte e forçando uma reavaliação sobre o equilíbrio entre lucratividade e sustentabilidade a longo prazo. 

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